Êx. 3.1-16
Moisés no capítulo 2 assassinou um egípcio que maltratava um hebreu, e logo em seguida, visto que já não era mais segredo seu crime, fugiu e se deteve na terra de Mídia; e assentou-se junto a um poço. Ali, por ter defendido as filhas de Reuel (um sacerdote de Mídia) dos pastores que as enxotaram, foi convidado a estar com aquela família, vindo casar-se com uma delas por nome de Zípora. Depois de alguns dias que morreu Faraó e os filhos de Israel estando debaixo de dura servidão, clamaram a Deus e este ouviu o seu clamor. A Bíblia Sagrada diz que: “Ouvindo Deus o seu gemido, lembrou-se da sua aliança com Abraão, com Isaque e com Jacó. E viu Deus os filhos de Israel e atentou para a sua condição” (2.24,25). A partir daqui, quando adentramos o capitulo 3, encontramos Moisés apascentando o rebanho de seu sogro Jetro chegando até o monte de Deus, a Horebe. Naquele lugar lhe aparece um “Anjo do Senhor” numa chama de fogo, no meio de uma sarça. Estando curioso para saber o porquê a sarça não se consumia, aproximou-se dela e Deus lhe chamou do meio dela. Deus se revela a ele como o Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
E nisto lhe declara tudo que tinha para fazer a Israel, de como ouvia o seu clamor e de como conhece o sofrimento do seu povo. Depois disso, o próprio Deus no v. 10, lhe convoca a ser o líder que tirará Israel das mãos de Faraó.
V. 10
Daqui em diante, então, se desenrola um diálogo entre Moisés e Deus a respeito de algumas questões como sua incapacidade, a incredulidade dos filhos de Israel, o que falar a eles e como fazer isto. Este relato sobre o inicio do ministério de Moisés tem algumas lições a nos ensinar a respeito do que é um líder espiritual.
1) O chamado de um homem quando feito por Deus, antes de ter um caráter secular, tem um caráter espiritual.
Moisés teve uma experiência espiritual com Deus, sendo chamado pelo próprio Senhor a liderar espiritualmente o seu povo. Moisés não foi chamado aqui para ser um representante da ONU, um político internacional em busca de paz com os egípcios a fim de liberarem os israelitas de seu cativeiro, não; ele foi ao Egito como um líder espiritual.
Primordialmente ele tinha de ter isto em mente, de que antes de falar com Faraó ele tinha de ascender à fé do povo no Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
V. 16-18
Isto tem muito a nos dizer hoje quanto à questão da consciência a respeito do nosso chamado por Deus. Porque antes de sermos o grande homem de negócio ou até mesmo o paizão amigão que todo filho quer ter, devemos ser homens espirituais. Fomos chamados para sermos: Pais espirituais, Maridos espirituais, Profissionais espirituais, Obreiros espirituais, Funcionários espirituais, Patrões espirituais. Homens que lideram com espiritualidade a flor da pele, a transpirar pelos poros. Homens que de fato representam a Deus aonde chegam ou onde estiverem. Paulo chegou a dizer que um homem espiritual é um “embaixador de Cristo”, um representante de Cristo na terra. Que em nossas famílias, no nosso trabalho, na rua, no bairro ou em qualquer lugar sejamos estes representantes de Cristo como homens espirituais.
2) O homem chamado por Deus tem consciência da tamanha responsabilidade do seu chamado.
Moisés não desceu ao Egito com um sentimento de entretenimento ou de alguém que está a fazer um trabalho leve e suave, não. Ali havia um grande senso de responsabilidade. Tirar o povo do Egito, isto era de grande importância. Era mexer com o futuro de uma nação. E foi com este espírito de responsabilidade que Moisés foi até o Egito.
V. 11
Da mesma forma, todo e qualquer homem que se diz cristão traz sobre si este senso de grande responsabilidade sobre si mesmo. Ele não foi comissionado por homens, mas por Deus, e por isso sabe a quem um há de prestar contas na eternidade. O nosso problema hoje, reside no fato de que boa parte dos homens cristãos estão omissos em sua posição de lideres espirituais. Nesta omissão de chamado espiritual, muitas mulheres são obrigadas a carregarem suas famílias nas costas, ou até mesmo ocuparem alguns cargos na igreja porque faltam homens lideres. Todavia, este papel de liderar espiritualmente foi dado ao homem cristão. É necessário que ocupemos nossa posição de lideres com todo senso de responsabilidade possível a fim de desempenharmos um papel que glorifique a Deus. Quando Cristo contou a parábola sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer, encerrou tal parábola com uma pergunta:
Lc. 18.8 – “fé – compromisso – responsabilidade”.
Se Cristo voltar agora encontrará entre nós homens de responsabilidade com o seu chamado espiritual?
Será se achará homens comprometidos com seu chamado espiritual:
Na família?
No trabalho?
Na rua?
Nos negócios?
No ministério?
Na igreja?
No cotidiano?
Que sejamos homens espirituais com um grande senso de responsabilidade quanto ao nosso chamado, como “obreiros que não tem nada do que se envergonhar”. Pois somos homens que um dia prestaremos contas de todos os dons que Deus nos deu, e se tivermos tratado de maneira relaxada tais privilégios, terrível será. “A quem mais se é dado, mais se é cobrado”.
3) Uma liderança espiritual desenvolvida em humildade usufrui mais da presença de Deus.
V. 12, 18-21 – “Eu serei contigo...”.
Uma das características marcante da liderança de Moisés foi o seu início com humildade. Isto porque pelo fato de reconhecer a responsabilidade de seu chamado, Moisés se atinha mais a esta, do que aos privilégios oferecidos. “Quem sou eu?” Quando atentamos para as responsabilidades e percebemos a grandeza do que é liderar espiritualmente vidas e com isto saber que através de nós alguns vão para o céu e outros para o inferno, o sentimento em nós precisa ser de temor e tremor. Foi por isso que Paulo disse que quando foi aos coríntios, foi em temor e tremor, pois grande é a responsabilidade de pregar o evangelho da salvação.
A pior coisa para um líder é quando nesta liderança na está presença de Deus. Deus não se faz presente entre os arrogantes ou soberbos que acham saber alguma coisa, não; Deus não trabalha assim com o homem. O único meio para um líder gozar da presença de Deus em sua liderança, é agindo com humildade para Deus. Pois são a estes que ele escolhe para liderar.
I Co. 1.26-29
Mt. 5.3
Mt. 5.3
Toda e qualquer liderança na base da arrogância e da prepotência, não tem o aval de Deus. Deus é razão de uma liderança espiritual bem sucedida, sem sua presença não há liderança sadia. Quando Deus se retirou da liderança de Saul ela fracassou. Quando Salomão já não usufruía mais da presença de Deus, se ministério ruiu. Quando Sansão perdeu a presença do Senhor, sua força virou fraqueza. Se Deus se retirar de nossa liderança espiritual em casa, no trabalho, na igreja ou em qualquer lugar, estamos fadados ao fracasso. Que em nossa experiência de líderes espirituais da parte de Deus, possamos sempre ter esta garantia: “Eu serei contigo”; assim como os grandes homens de Deus tiveram.
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