Atos 2.40
Estas são as ultimas palavras do sermão de Pedro no dia de pentecostes.
Isto é uma exortação apostólica através da pregação do evangelho.
A fim de entendermos o porquê desta exortação do apóstolo, é necessário fazermos uma retrospectiva do que aconteceu ali para falar de tal maneira.
Tal sermão foi pregado dentro de um contexto que marcou a história da igreja primitiva com um evento extraordinário e único.
Tendo se cumprido o dia de pentecostes, a Festa das Semanas, estando os apóstolos reunidos em oração no mesmo lugar, aconteceu entre eles algo sobrenatural nunca visto antes entre os homens.
A Bíblia Sagrada diz que de repente, veio o Espírito Santo sobre eles com grande poder e eles passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falasse.
Era algo incomum, surpreendente; homens comuns, pescadores iletrados, gente analfabeta, com o rosto queimado do sol do, falando desembaraçadamente das grandezas da eternidade em varias línguas estrangeiras.
Era algo de fato inconcebível para a ciência da lingüística humana.
E por esta época, Lucas diz que estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, de todas as nações debaixo do céu.
Ele próprio faz questão de registrar a nacionalidade de todos eles, e mais ainda, dizer que era uma multidão que ali estava.
V. 9-11
John Stott diz que todos eram judeus, mas não tinham nascido naquela cidade, vinham da dispersão, de todas as nações debaixo do céu.
Então, quando esta multidão ouviu a voz dos galileus incultos falarem em suas próprias línguas e com isto anunciarem as grandezas de Deus, esta ficou extasiada, atônita, perplexa e dividida entre admiração e zombaria.
V. 12,13
Bem, a partir daqui, do v. 14, Pedro se levanta com ousadia junto com os onze, e passa a pregar um dos sermões mais admiráveis de toda a história da igreja.
Ele começa seu sermão, explicando que aqueles homens não estão embriagados, mas quê o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel no A. T.
Ou seja, que a promessa do derramar do Espírito Santo estava se cumprindo ali.
Eles não estavam embriagados, mas sim, tomados pelo Espírito de Deus.
Entretanto, não só isto, mas também que tal promessa só estava se cumprindo por uma razão – Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante deles, era a grande razão do cumprimento da promessa.
A este Jesus, diz Pedro, que “vós matastes, crucificando-o por mãos de iníquos”, Deus o ressuscitou dentre os mortos.
E estando, pois, Jesus, exaltado à destra de Deus, recebeu do Pai a promessa do Espírito Santo, derramando aquilo que eles viam e ouviam miraculosamente.
Porque em Atos 1, Jesus promete um derramar do Espírito Santo sobre eles; e aqui, agora, está se cumprindo o que eles aguardavam acontecer.
Com isto, tendo o apóstolo apresentado no poder do Espírito o evangelho aqueles homens, o texto nos dá conta de que “ouvindo eles estas coisas...”.
v Que coisas são estas?
Que Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante deles, com milagres, prodígios e sinais, que eles o mataram e crucificaram por mãos de iníquos, Deus o ressuscitou dentre os mortos e agora cumpre a promessa de derramar o Espírito Santo.
John Stott – Os apóstolos apresentaram um Jesus histórico (Ele realmente viveu, morreu e ressuscitou e ascendeu no palco da história), teológico (interpretado pelas escrituras) e contemporâneo (Ele vive e reina para conceder a salvação àqueles que respondem ao seu chamado...confrontando homens e mulheres a decisão).
Pois bem, depois deles ouvirem estas coisas e um pouco mais, a Bíblia Sagrada diz que: “compungiu-se-lhes o coração e perguntaram: Que faremos irmãos?”.
Eis aqui uma ação sobrenatural do Espírito Santo através da pregação, o coração destes homens foi aberto para sentirem a maldade de seus pecados.
A mente deles foi iluminada e eles entenderam a pessoa de Cristo como o Santo de Deus que foi morto injustamente por suas mãos.
A vontade, volição deles foi reativada espiritualmente para viverem para Deus.
Agora eles querem fazer alguma coisa para sair daquele estado de perdição em que se encontravam. O Espírito Santo os vivificou espiritualmente.
É isto que a genuína pregação do evangelho no poder do Espírito gera nas consciências alheias, uma inquietude com o pecado, um desconforto com o estado de sua própria alma, e os leva a clamarem desesperadamente dizendo: “Que farei irmão? Que farei pregador?”.
· Quando João Batista apareceu pregando no deserto o radical evangelho de Deus em Lc. 3, as multidões que estavam ali fizeram a mesma pergunta que foi feita a Pedro aqui: “Que havemos, pois, de fazer?”.
Se nós pregadores, pregarmos a palavra e esta inquietude de consciência não ficar na alma das pessoas a quem pregamos, devemos questionar o conteúdo de nossas mensagens, e mais, se estamos pregando realmente no poder do Espírito.
Porque foi isto que a mensagem do apóstolo produziu no coração daqueles homens, um profundo desespero ao ponto deles clamarem: “Que faremos irmãos? Que faremos?”.
Pedro, por sua vez, não se nega a respondê-los, e rapidamente diz:
V. 38,39
Quando chegamos ao verso 40, que lemos no inicio e é ele o nosso assunto, temos aí que a pregação de Pedro teve mais conteúdo em seu testemunho, fechando com uma exortação geral: “Salvai-vos desta geração perversa”.
Este é o resumo de sua mensagem. “Salvai-vos desta geração perversa”.
É a conclusão aplicativa de Pedro para os seus ouvintes.
E este é o texto que queremos expor, hoje, a fim de entendermos qual deve ser a postura de um cristão perante este mundo com seus ideais pervertidos.
Não há uma mensagem tão urgente para os nossos dias como esta: “Salvai-vos desta geração perversa”. Não há!
Isto porque tal exortação tem muito a nos dizer sobre o que de fato é um cristão, e principalmente o porquê a igreja de hoje está como está.
O homem moderno carece de esperança, e esta é a mensagem – salvai-vos.
Este é o cerne, âmago da exortação de Pedro e do evangelho.
Porque como resultado de tudo o que ouviram, agora eles precisavam responder ao evangelho em ação pratica, e esta devia começar por uma grande separação.
Quando o apóstolo diz: “Salvai-vos”, isto significa “separai-vos”; “Separai-vos desta geração perversa”.
· Há uma tradução que diz assim: “Salvai-vos, separando-se desta geração perversa”.
É como se Pedro dissesse:
“Não adianta vocês ficarem emocionados com as minhas palavras, isto não é suficiente, você precisam crer em Cristo, precisam ter fé, e esta fé precisa se manifestar em obras de maneira ativa, objetiva e pratica, separem-se, saiam do meio desta geração perversa, arrependam-se, sejam batizadas, recebam o dom do Espírito Santo e aí estará a evidência de que vocês são cristãos de fato ”.
Esta conclamação de Pedro é uma das mensagens mais centrais de todo o N. T.
O cristianismo em toda a sua plenitude prega esta mensagem da grande separação. Este é o distintivo da igreja em toda sua existência.
Ela nos diz sobre qual deve ser o lugar do cristão em relação a esta geração perversa, mundana e poluída pelo pecado.
v Qual deve ser a posição de um cristão?
Bem, uma das evidencias de que um homem foi alcançado pelo evangelho de Cristo, que ele se tornou um cristão de fato, é que ele foi levado a uma grande experiência de separação.
Antes ele pertencia a um nível de existência, mas agora encontra-se numa esfera muito superior a de antes.
Agora ele é cristão, não pertence mais a sua geração perversa, separou-se dela, de seus propósitos, de suas vontades, de seus ideais, suas modas e tudo mais.
Abandonou uma posição por outra completamente diferente. Ele nasceu de novo, é uma nova criatura, tudo se fez novo, as coisas antigas passaram.
E por todas as páginas do Novo Testamento, é muito clara esta experiência de separação ocorrida na vida do cristão.
A mensagem cristã em toda sua inteireza vem como uma espada que corta e divide radicalmente a vida de um homem o separando do espírito do mundo.
· Este foi o ensino de nosso Senhor em todo o seu ministério terreno. Creio eu que Jesus não dá o seu aval para esse tipo de fé que negocia seus valores com a impiedade de nossa geração, a fim de ganharmos amigavelmente os homens para Cristo; esta não foi sua mensagem. Qual foi a mensagem de Cristo?
Mt. 10.34-38 – Separação - nada é mais claro do que isto. E como se dá esta separação?
Mt. 10.21,22
Não me entendam mal aqui. Eu não estou dizendo que o pai tem que abandonar o filho, nem o filho ao pai, nem o marido a esposa e nem a esposa o marido, não.
Estou dizendo apenas, que ao passo que os membros de uma família tinham vivido o mesmo tipo de vida em harmonia, no momento em que um deles se torna cristão, há uma inevitável separação, algo se interpôs entre eles.
A espada foi passada entre eles; um corte radical foi operado ali, sabemos disso.
Estas são as palavras do próprio Jesus nosso Senhor.
D. M. Lloyd-jones – “Quando as pessoas se tornam cristãs, algo tão profundo acontece dentro delas que, não somente são separadas do mundo em geral, mas também são separadas dos entes mais próximos e mais queridos, se esses ainda não são cristãos”.
· Quando Paulo foi chamado no caminho de Damasco, Cristo lhe deu uma missão a cumprir em todo o seu ministério, e disse-lhe:
At. 26.16,17 – Para quê? – 18 – “das trevas para a luz...”.
A missão foi esta, separar os gentios – chamá-los das trevas e colocá-los na esfera da luz – fazer esta grande separação do mundo para os domínios do reino de Deus.
E a parti daqui sua mensagem em toda parte foi esta “Retirai-vos do meio deles”, “separai-vos” (II Co. 6.17).
Ele tinha acabado de escrever nos versos 14,15: “Que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e o Maligno? Ou que união do crente com o incrédulo?”.
Alguém disse: “A diferença entre o cristão e o mundo é a diferença entre a luz e as trevas. São opostos eternos. São tão diferentes como Deus e o diabo, como o céu e o inferno”.
E mais uma vez, o grande apóstolo Paulo faz uma declaração a respeito deste assunto logo no inicio de sua carta aos gálatas.
Gl. 1.3,4 – “graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do [nosso] Senhor Jesus Cristo, o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar [separar] deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai”.
Ef. 4.17,18,20 – “Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração... Mas não foi assim que aprendestes a Cristo”.
Eles não deviam permanecer vivendo como o resto dos gentios dos quais eles pertenciam. Eles tinham sido transformados, “tinham aprendido a Cristo”.
E Paulo é mais enfático nesta questão da separação quando diz aos efésios:
Ef. 5.6-11 – “Ninguém vos engane com palavras vãs; porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais participantes com eles. Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade), provando sempre o que é agradável ao Senhor”.
Fl. 2.15 – “para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo”.
Este é o cristão, um luzeiro na escuridão; sua mensagem é luz no fim do túnel. Ele brilha como os luminares nos céus, no meio de toda aquela escuridão.
Quando Paulo escreve aos cristãos colossenses, ele diz:
Cl. 1.12,13 – “dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz. Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor”.
Eis aqui a idéia cristã de uma grande transferência, uma mudança de lar, das mãos de um rei para outro rei, do pecado para Deus.
Em outra declaração de Paulo, esta linha divisória fica mais clara quando ele escrevendo aos tessalonicenses, diz:
I Tss. 5.4-8 – “Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse Dia como ladrão vos apanhe de surpresa; porquanto vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas. Assim, pois, não durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios. Ora, os que dormem, dormem de noite, e os que se embriagam é de noite que se embriagam. Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação”.
Mas não só Paulo prega isto, vejam o próprio apóstolo Pedro, anos depois, pregando esta mesma mensagem de experiência de separação da igreja.
I Pe. 2.9-12 – “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia. Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma, mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação”.
Outro grande santo de Deus do passado escreveu a este respeito com a mesma mensagem universal de todo o N. T., João.
I Jo. 2.15-17 – “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente”.
I Jo. 5.18,19 – “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca. Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno”.
Bem, creio que já temos argumentos suficientes para provar qual deve ser a postura da igreja, do cristão em relação ao mundo e tudo o que nele há.
Mas como se isto não bastasse, veja o que a famosa Enciclopédia Britânica, 13º edição, no verbete História da Igreja, diz sobre a vida dos cristãos primitivos:
“A característica mais notável da vida dos cristãos primitivos era a consciência de seu chamamento e separação como povo de Deus. Na concepção desses indivíduos, a Igreja Cristã era uma instituição divina, e não humana. Havia sido fundada e era controlada por Deus, e até mesmo o mundo havia sido criado para benefício dela. Essa concepção de separação [...] dirigia todos os aspectos da vida individual e social dos cristãos primitivos. Consideravam-se separados do resto do mundo e unidos por vínculos singulares. Eram cidadão do céu, e não da terra, e os princípios e leis pelos quais se esforçavam para governar a si mesmos eram do alto. O mundo presente era apenas temporário, e sua vida verdadeira se encontrava no futuro. Cristo voltaria em breve, e as ocupações, os trabalhos e prazeres deste tempo não eram tidos como prioritários. O Espírito Santo estava presente na vida diária dos cristãos, e seus frutos eram todas as virtudes cristãs. Como um dos resultados dessa convicção, a vida dos cristãos possuía um caráter peculiarmente fervoroso ou inspirativo. Não vivenciavam as experiências diárias de homens comuns, mas de homens elevados além de si mesmos e transportados para uma esfera superior”.
Nossa! Como nós nos parecemos com a igreja primitiva; Você concorda?
Bem, esta parece não ser muito a nossa realidade no tempo presente.
Isto porque a igreja pós-moderna evidencia desconhecer os limites, as fronteiras, os diques, a linha divisória que existe entre cristianismo e mundanismo.
A igreja pós-moderna está impregnada da mente do mundo.
E isto se torna nítido, quando argumentamos que a igreja que era para ser a influencia de Cristo no mundo, se tornou com o passar dos anos, a influenciada pelo mundo anunciando um Cristo genérico.
Só para termos uma idéia de como isto é verdadeiro em nosso tempo, permitam-me ilustrar o que estou dizendo com alguns exemplos recentes.
· Em seu livro “Teologia da Arte”, o pastor anglicano Carlos Eduardo Calvani começa um dos capítulos de seu livro dizendo:
“Algumas pessoas estranham quando utilizamos musica popular brasileira (MPB) em nossos cultos. Essa prática tem se tornado comum em algumas igrejas nossa no Brasil, onde presidimos celebrações (ou participei de outras) em que cantamos “Bandeira do divino” de Ivan Lins, “Asa Branca” de Luiz Gonzaga, “Anunciação” de Alceu Valença e “Tente outra vez” de Raul Seixas entre outras”.
– Em um capitulo a frente este homem chega a dizer que assim como o Sl. 10 foi uma mensagem inspirada por Deus, sendo um salmo judeu, assim também o foi “Asa Branca” música de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, sendo um salmo brasileiro.
É interessante notar que este pastor fala de como as pessoas “estranham” a uma pratica de culto com musicas seculares, quando isto não devia acontecer, porque Deus se faz presente neste tipo de música e por isso às cantam.
Ora, é claro que as pessoas devem estranhar sim esse tipo de culto, esta não é a prática da igreja de Deus. Isto é mundo em suas piores representações.
Ninguém veio à igreja hoje aqui ouvir Chico Buarque de Holanda; Veio? Não!
Vamos à igreja para louvar a Deus com salmos, hinos e cânticos espirituais.
Esta é uma das práticas da igreja genuína que não comunga com o mundo.
Portanto, este é um exemplo de como a igreja tem sido influenciada pelo mundo.
· A revista “Veja” no dia 12 de julho de 2006, lançou uma matéria que tinha por título: “O pastor é SHOW!”. E na abertura da matéria, o escritor retratou os pregadores atuais com as seguintes palavras:
“Com uso da psicologia e auto-ajuda uma nova geração de pregadores dá espetáculo e reinventa a fé que mais cresce no Brasil. Com menos ênfase no sobrenatural e mais investimento em técnicas de auto-ajuda, os novos pregadores evangélicos multiplica o rebanho protestante e aumenta a sua penetração na classe média”.
Pois bem, esta é a cara da igreja brasileira hoje, mundo na igreja.
· Em seu livro “Com vergonha do evangelho - Quando a igreja se torna como o mundo”, John MacArthur mostra varias propagandas de cultos das igrejas nos EUA, revelando assim como que de uma vez por todas, a igreja (conhecida como a Igreja Amigável) se tornou mundana em seus alvos e propósitos, elas dizem:
“Aqui não há fogo nem enxofre. Nada de pressionar as pessoas com a Bíblia. A penas mensagens práticas e divertidas”.
“Os cultos em nossa igreja X trazem consigo um ar de informalidade. Você não verá os ouvintes sendo ameaçados com o inferno ou sendo considerados pecadores. O objetivo é fazer com que se sintam bem-vindos, não de afastá-los”.
“Como acontece com todos os pastores, a resposta deste pastor Y para os seus problemas é Deus – mas ele O menciona apenas no final e o faz sem muita seriedade; nada de altos brados. Nem fogo, nem enxofre. Ele nem usa a palavra que começa com a letra “i”. Nós chamamos isto de evangelho light. É a mesma salvação oferecida pela velha e boa religião, antiga, mas com um terço de culpa a menos”.
“Aqui os sermões são relevantes, otimistas e, o melhor de tudo, são curtos. Você não ouvirá muita pregação a respeito do pecado, da condenação e do fogo do inferno. A pregação aqui nem se parece com pregação. É uma conversação sofisticada, polida e amigável. Quebra todos os padrões estereotipados”.
Aqui está mais claro do que nunca, de como a igreja perdeu o limite que a separa do mundo, da mente do mundo e do espírito do mundo.
E isto se manifesta não só neste campo do pragmatismo, mas em um nível muito pior e mais profundo, no nosso estilo de vida hoje.
O secularismo tem engolido os cristãos de uma maneira inacreditável.
O cristão pós-moderno é conclamado a dá uma resposta ao social, secular, mundanismo, e nesta empreitada de dá uma resposta a qualquer custo, os valores espirituais passam a ser secundários e até mesmo banidos de sua vida.
Este secularismo desenfreado que pervade a igreja, não vem com uma cara de ilegalidade não, muito pelo contrario, mostra-se como extremamente legitimo.
Isto funciona mais ou menos assim:
Ø Um aluno de ensino médio, ou um universitário cristão tem de dá uma resposta à sociedade que está incluso, precisa passar no vestibular, precisa se formar e para isso passa a estudar de manhã, de tarde e de noite; nos finais de semana tem provas e simulados. Quando chega em casa está esgotado fisicamente e mentalmente. Seu tempo disponível é para trabalhos das aulas.
Tudo isto é louvável para o mundo. O mundo admira alguém assim. É esse tipo de gente que o mundo celebra e glorifica.
Mas a questão é que não estamos tratando de um jovem descrente, e sim de um cristão que precisa alimentar a sua alma com oração, palavra, cultos, comunhão e isto também demandam tempo.
Então, a pergunta que fica no ar é esta:
v E Deus, que lugar Deus ocupa no dia de um jovem desse?
v Como ele alimentará a sua alma se ele não tem tempo para Deus?
v Como seu cristianismo será frutífero deste jeito?
v Com que bases ele defenderá sua fé dos ataques ateístas vindo de professores idiotizados, se ele não se instrui na doutrina dos apóstolos?
Eu não estou dizendo que você deixe de estudar, ou que não incentive seu filho a estudar; o que estou dizendo é que o secularismo de nossos dias, dentro do que é legal, tem prejudicado a vida de muitos jovens, homens e mulheres que se dizem cristãos.
E o resultado disso, é que esta fronteira entre mundo e igreja vai desaparecendo, e no final temos igrejas cheias de gente cultas, mas vazias dos valores sagrados.
v E o que dizer dos homens e mulheres cristãos que para dá uma reposta ao social com o carro do ano, a casa na praia, o apartamento de luxo tem de trabalhar de domingo a domingo sem terem tempo para Deus?
Analise seu estilo e ritmo de vida, e veja se o secularismo em algum grau não tem afetado e engolido diretamente sua espiritualidade cristã!
II Co. 13.5 – “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos...”.
Isto é alarmante, saber que a igreja tão conhecida no primeiro século por sua separação de tudo aquilo que se constitui espírito do mundo, agora já não consegue discernir o que é de Deus e o que é de Cezar.
Todavia, observe também como o secularismo invade nosso lar através das mídias atuais.
Particularmente, eu creio que a televisão com tudo de ofensivo que passa em sua programação, é o lixo do mundanismo entrando em nossas casas à carradas.
Se alguém me pedisse: mostre-me o mundanismo se materializando, eu lhe mostraria a mídia mundial com todo o seu poder de influencia destruidor.
Ali estão propagandas, novelas, filmes, campanhas, cenas, entretenimentos que estimulam consumismo, materialismo, apetites sexuais, homossexualismo, adultério, vingança e todo tipo de pecados contra Deus.
E há muitos cristãos de frente da TV saturando as suas mentes com porcarias e imoralidades deste mundo. Eles não controlam a TV, é a TV que os controla.
Não há mais percepção de mundanismo aí, uma novela imoral é apenas uma ficção, ninguém vive daquela forma, é o que dizem.
Mas vejam como anda a vida das pessoas em nosso país,
v De onde vêm as modas imorais deles?
v Seus ideais de vida? Seus padrões de vida? Seus cortes de cabelo?
v Quem é o responsável pelos shopinggs centeres lotados de consumistas?
v Os cinemas abarrotados de gente vazia de alma em busca de fantasias?
v Quem determina o que é certo e que o não é para o nosso povo, se não a TV?
100. As propagandas, os filmes, as novelas, os seriados, os jornalistas ateus são eles que estão fazendo a cabeça do Brasil e do mundo com suas porcarias.
101. É desse estilo louco de vida do mundo, que Pedro está exortando aos cristãos – separai-vos.
102. Quando Pedro diz “salvai-vos” aqui, ele não está dizendo que o cristão é alguém que tem de se tornar um monge ou um anacoreta, um eremita, não.
103. Mas que há limites a serem observados por ele, devido o fato de não pertencer mais a este mundo e sim ao reino de Deus. Ele precisa discernir isto.
104. E quando o apóstolo completa sua exortação dizendo que eles deviam se separar daquela “geração perversa”,
105. Esta geração perversa é a mesma que Jesus chamou de “má e adultera”.
106. Foi esta geração que disse: “caia sobre nós o seu sangue [o sangue de Cristo], e sobre os nossos filhos”.
107. Esta geração perversa é a figura do mundo em todos os seus aspectos.
108. E esta é a razão deles se separarem daquela geração pervertida; e quem controla aquele sistema pervertido é “o príncipe deste mundo” - o diabo.
109. Ele é a mente que controla o mundo mal. Ele é o responsável. “O mundo jaz no maligno”. Ele é o deus deste século.
· Quando o diabo foi tentar a Cristo lá no deserto, lhe fez uma proposta que talvez poucos de nós recusariam, mostrando e oferecendo-lhe todo o seu domínio caso ele fizesse apenas uma coisa.
Lc. 4.5-7
110. Sem nos dá conta temos adorado o deus desta era, basta apenas que consideremos legitimas suas propostas de moralidade sem Deus, de governo sem Deus, de vida sem Deus, de religião sem Cristo, de cristianismo sem cruz, de teologia da prosperidade e etc.
111. Este não é o estilo de vida que o evangelho propõe a homens e mulheres, não; o evangelho nos propõe um estilo de vida de renuncia, de cruz, de santidade, do céu e não da terra.
112. E o interessante, é ver que esse texto revela como o homem não mudou, ainda é o mesmo no seu pecado e mundanismo. É a “solidariedade da raça”.
113. Que as atitudes de rejeição a Cristo e sua mensagem por aquela geração perversa, se pode constatar a mesma coisa em nossos dias.
114. Nós não somos diferentes, o que a geração antiga fez com Cristo, nós o fazemos semelhante ou pior. Somos tão mundanos e pervertidos quanto eles eram.
Somos a geração do relativismo moral
Somos a geração que apóia o aborto
Somos a geração que luta por leis a favor do homossexualismo
Somos a geração que não se casa, se ajunta, se “amanceba”.
Somos a geração do divórcio como a melhor saída
Somos a geração em que ser pastor é ser SHOW
Somos a geração do trafico de drogas as barbas do presidente da republica
Somos a geração que não confia em ninguém por puro medo
Somos a geração perversa nos mesmos moldes da geração do primeiro século.
115. Quando Pedro usa este termo “perversa”, ele está dizendo que aquela é uma geração “intratável, indócil, pervertida até as veras de suas almas”.
116. João Batista afirmou o mesmo dizendo em Lc.3: “o tortuoso se endireitará”.
117. E o melhor exemplo do que é uma geração pervertida, é o que Paulo diz em sua carta aos romanos.
Rm. 1.21-27 – E um sumário disso está nos versículos subseqüentes – 29-32
D. M. Lloyd-jones – “Essa é uma descrição de qualquer grande cidade sem Deus. Essa é a vida de ricos e pobres. Aí está a humanidade, escravos do pecado e do mal, torpes, corruptos, repugnantes, vis. ‘Geração perversa’! Torta! Pervertida!”
118. Portanto, é do meio deste povo que Pedro intima aos homens se separarem desse estilo de vida no pecado e no mal.
119. Uma geração perversa, o mundo, é uma geração destinada a experimentar o juízo de Deus em seu mais alto grau de ira e furor.
120. Então, se faço parte de uma geração perversa e comungo com ela, sou um perverso no sentido bíblico, estou afastado de Deus e de seus valores, estou debaixo do juízo de Deus. A minha está em condenação eterna.
121. E a Bíblia deixa isso bem claro em Pv. 3.32: “Porque o Senhor abomina os perversos...”. Isto é juízo. Isto é cólera divina.
122. Portanto, se eu sou um perverso, concomitantemente eu sou abominável aos olhos do Senhor. E se eu sou tudo isso, eu preciso fazer alguma coisa para sair dessa situação terrível.
123. Ninguém é obrigado a permanecer debaixo da ira de Deus depois que conhece a oferta gratuita de salvação do evangelho, ninguém, absolutamente ninguém.
124. E aqueles ouvintes de Pedro entenderam essa verdade, estavam sob a convicção que o espírito Santo operara em seus corações, começaram a ver estas coisas e a discerni-las nitidamente.
125. Passaram a perceber que era a alma deles que estava em jogo; que o mundo brincava com as suas almas. Eles entenderam o valor de suas almas.
Mc 8.36 – “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”.
126. Era esta a grande verdade daquele momento. Que adianta? Preciso fazer algo.
127. Isto, portanto, vai significar separação. Desentendimento familiar, com os amigos, com os ambientes freqüentados, com a religião falsa.
128. Mas que importa? È a minha alma que está em jogo. Eles vão morrer, e eu também, e, que será da minha alma?
Alguém disse: “Que importância tem a boa opinião da sua família, ou que valor tem um funeral estatal e um magnífico cortejo, ou os atributos do universo, se a sua alma se perder e você for um estranho para Deus?”.
129. Em Atos, capítulo 2, é notório que as pessoas deram ouvidos a exortação de Pedro.
130. Eles romperam com o mundo e foram unidas ao corpo do povo de Deus. Romperam com Adão e foram unidos a Cristo, o último Adão, para iniciar uma nova humanidade, uma nova raça. Ele é “o primogênito entre muitos irmãos”.
131. Entretanto, a diferença entre nós e eles, eu jugo, é que eles se apartaram do mundanismo, daquela geração perversa; e nós? Abandonaremos o mundo?
132. Oh, queira Deus, por seu Espírito revelar e aplicar esta verdade a todos aqueles que ignoram estas coisas! “Salvai-vos desta geração perversa”.
Estas são as ultimas palavras do sermão de Pedro no dia de pentecostes.
Isto é uma exortação apostólica através da pregação do evangelho.
A fim de entendermos o porquê desta exortação do apóstolo, é necessário fazermos uma retrospectiva do que aconteceu ali para falar de tal maneira.
Tal sermão foi pregado dentro de um contexto que marcou a história da igreja primitiva com um evento extraordinário e único.
Tendo se cumprido o dia de pentecostes, a Festa das Semanas, estando os apóstolos reunidos em oração no mesmo lugar, aconteceu entre eles algo sobrenatural nunca visto antes entre os homens.
A Bíblia Sagrada diz que de repente, veio o Espírito Santo sobre eles com grande poder e eles passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falasse.
Era algo incomum, surpreendente; homens comuns, pescadores iletrados, gente analfabeta, com o rosto queimado do sol do, falando desembaraçadamente das grandezas da eternidade em varias línguas estrangeiras.
Era algo de fato inconcebível para a ciência da lingüística humana.
E por esta época, Lucas diz que estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, de todas as nações debaixo do céu.
Ele próprio faz questão de registrar a nacionalidade de todos eles, e mais ainda, dizer que era uma multidão que ali estava.
V. 9-11
John Stott diz que todos eram judeus, mas não tinham nascido naquela cidade, vinham da dispersão, de todas as nações debaixo do céu.
Então, quando esta multidão ouviu a voz dos galileus incultos falarem em suas próprias línguas e com isto anunciarem as grandezas de Deus, esta ficou extasiada, atônita, perplexa e dividida entre admiração e zombaria.
V. 12,13
Bem, a partir daqui, do v. 14, Pedro se levanta com ousadia junto com os onze, e passa a pregar um dos sermões mais admiráveis de toda a história da igreja.
Ele começa seu sermão, explicando que aqueles homens não estão embriagados, mas quê o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel no A. T.
Ou seja, que a promessa do derramar do Espírito Santo estava se cumprindo ali.
Eles não estavam embriagados, mas sim, tomados pelo Espírito de Deus.
Entretanto, não só isto, mas também que tal promessa só estava se cumprindo por uma razão – Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante deles, era a grande razão do cumprimento da promessa.
A este Jesus, diz Pedro, que “vós matastes, crucificando-o por mãos de iníquos”, Deus o ressuscitou dentre os mortos.
E estando, pois, Jesus, exaltado à destra de Deus, recebeu do Pai a promessa do Espírito Santo, derramando aquilo que eles viam e ouviam miraculosamente.
Porque em Atos 1, Jesus promete um derramar do Espírito Santo sobre eles; e aqui, agora, está se cumprindo o que eles aguardavam acontecer.
Com isto, tendo o apóstolo apresentado no poder do Espírito o evangelho aqueles homens, o texto nos dá conta de que “ouvindo eles estas coisas...”.
v Que coisas são estas?
Que Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante deles, com milagres, prodígios e sinais, que eles o mataram e crucificaram por mãos de iníquos, Deus o ressuscitou dentre os mortos e agora cumpre a promessa de derramar o Espírito Santo.
John Stott – Os apóstolos apresentaram um Jesus histórico (Ele realmente viveu, morreu e ressuscitou e ascendeu no palco da história), teológico (interpretado pelas escrituras) e contemporâneo (Ele vive e reina para conceder a salvação àqueles que respondem ao seu chamado...confrontando homens e mulheres a decisão).
Pois bem, depois deles ouvirem estas coisas e um pouco mais, a Bíblia Sagrada diz que: “compungiu-se-lhes o coração e perguntaram: Que faremos irmãos?”.
Eis aqui uma ação sobrenatural do Espírito Santo através da pregação, o coração destes homens foi aberto para sentirem a maldade de seus pecados.
A mente deles foi iluminada e eles entenderam a pessoa de Cristo como o Santo de Deus que foi morto injustamente por suas mãos.
A vontade, volição deles foi reativada espiritualmente para viverem para Deus.
Agora eles querem fazer alguma coisa para sair daquele estado de perdição em que se encontravam. O Espírito Santo os vivificou espiritualmente.
É isto que a genuína pregação do evangelho no poder do Espírito gera nas consciências alheias, uma inquietude com o pecado, um desconforto com o estado de sua própria alma, e os leva a clamarem desesperadamente dizendo: “Que farei irmão? Que farei pregador?”.
· Quando João Batista apareceu pregando no deserto o radical evangelho de Deus em Lc. 3, as multidões que estavam ali fizeram a mesma pergunta que foi feita a Pedro aqui: “Que havemos, pois, de fazer?”.
Se nós pregadores, pregarmos a palavra e esta inquietude de consciência não ficar na alma das pessoas a quem pregamos, devemos questionar o conteúdo de nossas mensagens, e mais, se estamos pregando realmente no poder do Espírito.
Porque foi isto que a mensagem do apóstolo produziu no coração daqueles homens, um profundo desespero ao ponto deles clamarem: “Que faremos irmãos? Que faremos?”.
Pedro, por sua vez, não se nega a respondê-los, e rapidamente diz:
V. 38,39
Quando chegamos ao verso 40, que lemos no inicio e é ele o nosso assunto, temos aí que a pregação de Pedro teve mais conteúdo em seu testemunho, fechando com uma exortação geral: “Salvai-vos desta geração perversa”.
Este é o resumo de sua mensagem. “Salvai-vos desta geração perversa”.
É a conclusão aplicativa de Pedro para os seus ouvintes.
E este é o texto que queremos expor, hoje, a fim de entendermos qual deve ser a postura de um cristão perante este mundo com seus ideais pervertidos.
Não há uma mensagem tão urgente para os nossos dias como esta: “Salvai-vos desta geração perversa”. Não há!
Isto porque tal exortação tem muito a nos dizer sobre o que de fato é um cristão, e principalmente o porquê a igreja de hoje está como está.
O homem moderno carece de esperança, e esta é a mensagem – salvai-vos.
Este é o cerne, âmago da exortação de Pedro e do evangelho.
Porque como resultado de tudo o que ouviram, agora eles precisavam responder ao evangelho em ação pratica, e esta devia começar por uma grande separação.
Quando o apóstolo diz: “Salvai-vos”, isto significa “separai-vos”; “Separai-vos desta geração perversa”.
· Há uma tradução que diz assim: “Salvai-vos, separando-se desta geração perversa”.
É como se Pedro dissesse:
“Não adianta vocês ficarem emocionados com as minhas palavras, isto não é suficiente, você precisam crer em Cristo, precisam ter fé, e esta fé precisa se manifestar em obras de maneira ativa, objetiva e pratica, separem-se, saiam do meio desta geração perversa, arrependam-se, sejam batizadas, recebam o dom do Espírito Santo e aí estará a evidência de que vocês são cristãos de fato ”.
Esta conclamação de Pedro é uma das mensagens mais centrais de todo o N. T.
O cristianismo em toda a sua plenitude prega esta mensagem da grande separação. Este é o distintivo da igreja em toda sua existência.
Ela nos diz sobre qual deve ser o lugar do cristão em relação a esta geração perversa, mundana e poluída pelo pecado.
v Qual deve ser a posição de um cristão?
Bem, uma das evidencias de que um homem foi alcançado pelo evangelho de Cristo, que ele se tornou um cristão de fato, é que ele foi levado a uma grande experiência de separação.
Antes ele pertencia a um nível de existência, mas agora encontra-se numa esfera muito superior a de antes.
Agora ele é cristão, não pertence mais a sua geração perversa, separou-se dela, de seus propósitos, de suas vontades, de seus ideais, suas modas e tudo mais.
Abandonou uma posição por outra completamente diferente. Ele nasceu de novo, é uma nova criatura, tudo se fez novo, as coisas antigas passaram.
E por todas as páginas do Novo Testamento, é muito clara esta experiência de separação ocorrida na vida do cristão.
A mensagem cristã em toda sua inteireza vem como uma espada que corta e divide radicalmente a vida de um homem o separando do espírito do mundo.
· Este foi o ensino de nosso Senhor em todo o seu ministério terreno. Creio eu que Jesus não dá o seu aval para esse tipo de fé que negocia seus valores com a impiedade de nossa geração, a fim de ganharmos amigavelmente os homens para Cristo; esta não foi sua mensagem. Qual foi a mensagem de Cristo?
Mt. 10.34-38 – Separação - nada é mais claro do que isto. E como se dá esta separação?
Mt. 10.21,22
Não me entendam mal aqui. Eu não estou dizendo que o pai tem que abandonar o filho, nem o filho ao pai, nem o marido a esposa e nem a esposa o marido, não.
Estou dizendo apenas, que ao passo que os membros de uma família tinham vivido o mesmo tipo de vida em harmonia, no momento em que um deles se torna cristão, há uma inevitável separação, algo se interpôs entre eles.
A espada foi passada entre eles; um corte radical foi operado ali, sabemos disso.
Estas são as palavras do próprio Jesus nosso Senhor.
D. M. Lloyd-jones – “Quando as pessoas se tornam cristãs, algo tão profundo acontece dentro delas que, não somente são separadas do mundo em geral, mas também são separadas dos entes mais próximos e mais queridos, se esses ainda não são cristãos”.
· Quando Paulo foi chamado no caminho de Damasco, Cristo lhe deu uma missão a cumprir em todo o seu ministério, e disse-lhe:
At. 26.16,17 – Para quê? – 18 – “das trevas para a luz...”.
A missão foi esta, separar os gentios – chamá-los das trevas e colocá-los na esfera da luz – fazer esta grande separação do mundo para os domínios do reino de Deus.
E a parti daqui sua mensagem em toda parte foi esta “Retirai-vos do meio deles”, “separai-vos” (II Co. 6.17).
Ele tinha acabado de escrever nos versos 14,15: “Que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e o Maligno? Ou que união do crente com o incrédulo?”.
Alguém disse: “A diferença entre o cristão e o mundo é a diferença entre a luz e as trevas. São opostos eternos. São tão diferentes como Deus e o diabo, como o céu e o inferno”.
E mais uma vez, o grande apóstolo Paulo faz uma declaração a respeito deste assunto logo no inicio de sua carta aos gálatas.
Gl. 1.3,4 – “graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do [nosso] Senhor Jesus Cristo, o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar [separar] deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai”.
Ef. 4.17,18,20 – “Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração... Mas não foi assim que aprendestes a Cristo”.
Eles não deviam permanecer vivendo como o resto dos gentios dos quais eles pertenciam. Eles tinham sido transformados, “tinham aprendido a Cristo”.
E Paulo é mais enfático nesta questão da separação quando diz aos efésios:
Ef. 5.6-11 – “Ninguém vos engane com palavras vãs; porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais participantes com eles. Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade), provando sempre o que é agradável ao Senhor”.
Fl. 2.15 – “para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo”.
Este é o cristão, um luzeiro na escuridão; sua mensagem é luz no fim do túnel. Ele brilha como os luminares nos céus, no meio de toda aquela escuridão.
Quando Paulo escreve aos cristãos colossenses, ele diz:
Cl. 1.12,13 – “dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz. Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor”.
Eis aqui a idéia cristã de uma grande transferência, uma mudança de lar, das mãos de um rei para outro rei, do pecado para Deus.
Em outra declaração de Paulo, esta linha divisória fica mais clara quando ele escrevendo aos tessalonicenses, diz:
I Tss. 5.4-8 – “Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse Dia como ladrão vos apanhe de surpresa; porquanto vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas. Assim, pois, não durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios. Ora, os que dormem, dormem de noite, e os que se embriagam é de noite que se embriagam. Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação”.
Mas não só Paulo prega isto, vejam o próprio apóstolo Pedro, anos depois, pregando esta mesma mensagem de experiência de separação da igreja.
I Pe. 2.9-12 – “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia. Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma, mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação”.
Outro grande santo de Deus do passado escreveu a este respeito com a mesma mensagem universal de todo o N. T., João.
I Jo. 2.15-17 – “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente”.
I Jo. 5.18,19 – “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca. Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno”.
Bem, creio que já temos argumentos suficientes para provar qual deve ser a postura da igreja, do cristão em relação ao mundo e tudo o que nele há.
Mas como se isto não bastasse, veja o que a famosa Enciclopédia Britânica, 13º edição, no verbete História da Igreja, diz sobre a vida dos cristãos primitivos:
“A característica mais notável da vida dos cristãos primitivos era a consciência de seu chamamento e separação como povo de Deus. Na concepção desses indivíduos, a Igreja Cristã era uma instituição divina, e não humana. Havia sido fundada e era controlada por Deus, e até mesmo o mundo havia sido criado para benefício dela. Essa concepção de separação [...] dirigia todos os aspectos da vida individual e social dos cristãos primitivos. Consideravam-se separados do resto do mundo e unidos por vínculos singulares. Eram cidadão do céu, e não da terra, e os princípios e leis pelos quais se esforçavam para governar a si mesmos eram do alto. O mundo presente era apenas temporário, e sua vida verdadeira se encontrava no futuro. Cristo voltaria em breve, e as ocupações, os trabalhos e prazeres deste tempo não eram tidos como prioritários. O Espírito Santo estava presente na vida diária dos cristãos, e seus frutos eram todas as virtudes cristãs. Como um dos resultados dessa convicção, a vida dos cristãos possuía um caráter peculiarmente fervoroso ou inspirativo. Não vivenciavam as experiências diárias de homens comuns, mas de homens elevados além de si mesmos e transportados para uma esfera superior”.
Nossa! Como nós nos parecemos com a igreja primitiva; Você concorda?
Bem, esta parece não ser muito a nossa realidade no tempo presente.
Isto porque a igreja pós-moderna evidencia desconhecer os limites, as fronteiras, os diques, a linha divisória que existe entre cristianismo e mundanismo.
A igreja pós-moderna está impregnada da mente do mundo.
E isto se torna nítido, quando argumentamos que a igreja que era para ser a influencia de Cristo no mundo, se tornou com o passar dos anos, a influenciada pelo mundo anunciando um Cristo genérico.
Só para termos uma idéia de como isto é verdadeiro em nosso tempo, permitam-me ilustrar o que estou dizendo com alguns exemplos recentes.
· Em seu livro “Teologia da Arte”, o pastor anglicano Carlos Eduardo Calvani começa um dos capítulos de seu livro dizendo:
“Algumas pessoas estranham quando utilizamos musica popular brasileira (MPB) em nossos cultos. Essa prática tem se tornado comum em algumas igrejas nossa no Brasil, onde presidimos celebrações (ou participei de outras) em que cantamos “Bandeira do divino” de Ivan Lins, “Asa Branca” de Luiz Gonzaga, “Anunciação” de Alceu Valença e “Tente outra vez” de Raul Seixas entre outras”.
– Em um capitulo a frente este homem chega a dizer que assim como o Sl. 10 foi uma mensagem inspirada por Deus, sendo um salmo judeu, assim também o foi “Asa Branca” música de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, sendo um salmo brasileiro.
É interessante notar que este pastor fala de como as pessoas “estranham” a uma pratica de culto com musicas seculares, quando isto não devia acontecer, porque Deus se faz presente neste tipo de música e por isso às cantam.
Ora, é claro que as pessoas devem estranhar sim esse tipo de culto, esta não é a prática da igreja de Deus. Isto é mundo em suas piores representações.
Ninguém veio à igreja hoje aqui ouvir Chico Buarque de Holanda; Veio? Não!
Vamos à igreja para louvar a Deus com salmos, hinos e cânticos espirituais.
Esta é uma das práticas da igreja genuína que não comunga com o mundo.
Portanto, este é um exemplo de como a igreja tem sido influenciada pelo mundo.
· A revista “Veja” no dia 12 de julho de 2006, lançou uma matéria que tinha por título: “O pastor é SHOW!”. E na abertura da matéria, o escritor retratou os pregadores atuais com as seguintes palavras:
“Com uso da psicologia e auto-ajuda uma nova geração de pregadores dá espetáculo e reinventa a fé que mais cresce no Brasil. Com menos ênfase no sobrenatural e mais investimento em técnicas de auto-ajuda, os novos pregadores evangélicos multiplica o rebanho protestante e aumenta a sua penetração na classe média”.
Pois bem, esta é a cara da igreja brasileira hoje, mundo na igreja.
· Em seu livro “Com vergonha do evangelho - Quando a igreja se torna como o mundo”, John MacArthur mostra varias propagandas de cultos das igrejas nos EUA, revelando assim como que de uma vez por todas, a igreja (conhecida como a Igreja Amigável) se tornou mundana em seus alvos e propósitos, elas dizem:
“Aqui não há fogo nem enxofre. Nada de pressionar as pessoas com a Bíblia. A penas mensagens práticas e divertidas”.
“Os cultos em nossa igreja X trazem consigo um ar de informalidade. Você não verá os ouvintes sendo ameaçados com o inferno ou sendo considerados pecadores. O objetivo é fazer com que se sintam bem-vindos, não de afastá-los”.
“Como acontece com todos os pastores, a resposta deste pastor Y para os seus problemas é Deus – mas ele O menciona apenas no final e o faz sem muita seriedade; nada de altos brados. Nem fogo, nem enxofre. Ele nem usa a palavra que começa com a letra “i”. Nós chamamos isto de evangelho light. É a mesma salvação oferecida pela velha e boa religião, antiga, mas com um terço de culpa a menos”.
“Aqui os sermões são relevantes, otimistas e, o melhor de tudo, são curtos. Você não ouvirá muita pregação a respeito do pecado, da condenação e do fogo do inferno. A pregação aqui nem se parece com pregação. É uma conversação sofisticada, polida e amigável. Quebra todos os padrões estereotipados”.
Aqui está mais claro do que nunca, de como a igreja perdeu o limite que a separa do mundo, da mente do mundo e do espírito do mundo.
E isto se manifesta não só neste campo do pragmatismo, mas em um nível muito pior e mais profundo, no nosso estilo de vida hoje.
O secularismo tem engolido os cristãos de uma maneira inacreditável.
O cristão pós-moderno é conclamado a dá uma resposta ao social, secular, mundanismo, e nesta empreitada de dá uma resposta a qualquer custo, os valores espirituais passam a ser secundários e até mesmo banidos de sua vida.
Este secularismo desenfreado que pervade a igreja, não vem com uma cara de ilegalidade não, muito pelo contrario, mostra-se como extremamente legitimo.
Isto funciona mais ou menos assim:
Ø Um aluno de ensino médio, ou um universitário cristão tem de dá uma resposta à sociedade que está incluso, precisa passar no vestibular, precisa se formar e para isso passa a estudar de manhã, de tarde e de noite; nos finais de semana tem provas e simulados. Quando chega em casa está esgotado fisicamente e mentalmente. Seu tempo disponível é para trabalhos das aulas.
Tudo isto é louvável para o mundo. O mundo admira alguém assim. É esse tipo de gente que o mundo celebra e glorifica.
Mas a questão é que não estamos tratando de um jovem descrente, e sim de um cristão que precisa alimentar a sua alma com oração, palavra, cultos, comunhão e isto também demandam tempo.
Então, a pergunta que fica no ar é esta:
v E Deus, que lugar Deus ocupa no dia de um jovem desse?
v Como ele alimentará a sua alma se ele não tem tempo para Deus?
v Como seu cristianismo será frutífero deste jeito?
v Com que bases ele defenderá sua fé dos ataques ateístas vindo de professores idiotizados, se ele não se instrui na doutrina dos apóstolos?
Eu não estou dizendo que você deixe de estudar, ou que não incentive seu filho a estudar; o que estou dizendo é que o secularismo de nossos dias, dentro do que é legal, tem prejudicado a vida de muitos jovens, homens e mulheres que se dizem cristãos.
E o resultado disso, é que esta fronteira entre mundo e igreja vai desaparecendo, e no final temos igrejas cheias de gente cultas, mas vazias dos valores sagrados.
v E o que dizer dos homens e mulheres cristãos que para dá uma reposta ao social com o carro do ano, a casa na praia, o apartamento de luxo tem de trabalhar de domingo a domingo sem terem tempo para Deus?
Analise seu estilo e ritmo de vida, e veja se o secularismo em algum grau não tem afetado e engolido diretamente sua espiritualidade cristã!
II Co. 13.5 – “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos...”.
Isto é alarmante, saber que a igreja tão conhecida no primeiro século por sua separação de tudo aquilo que se constitui espírito do mundo, agora já não consegue discernir o que é de Deus e o que é de Cezar.
Todavia, observe também como o secularismo invade nosso lar através das mídias atuais.
Particularmente, eu creio que a televisão com tudo de ofensivo que passa em sua programação, é o lixo do mundanismo entrando em nossas casas à carradas.
Se alguém me pedisse: mostre-me o mundanismo se materializando, eu lhe mostraria a mídia mundial com todo o seu poder de influencia destruidor.
Ali estão propagandas, novelas, filmes, campanhas, cenas, entretenimentos que estimulam consumismo, materialismo, apetites sexuais, homossexualismo, adultério, vingança e todo tipo de pecados contra Deus.
E há muitos cristãos de frente da TV saturando as suas mentes com porcarias e imoralidades deste mundo. Eles não controlam a TV, é a TV que os controla.
Não há mais percepção de mundanismo aí, uma novela imoral é apenas uma ficção, ninguém vive daquela forma, é o que dizem.
Mas vejam como anda a vida das pessoas em nosso país,
v De onde vêm as modas imorais deles?
v Seus ideais de vida? Seus padrões de vida? Seus cortes de cabelo?
v Quem é o responsável pelos shopinggs centeres lotados de consumistas?
v Os cinemas abarrotados de gente vazia de alma em busca de fantasias?
v Quem determina o que é certo e que o não é para o nosso povo, se não a TV?
100. As propagandas, os filmes, as novelas, os seriados, os jornalistas ateus são eles que estão fazendo a cabeça do Brasil e do mundo com suas porcarias.
101. É desse estilo louco de vida do mundo, que Pedro está exortando aos cristãos – separai-vos.
102. Quando Pedro diz “salvai-vos” aqui, ele não está dizendo que o cristão é alguém que tem de se tornar um monge ou um anacoreta, um eremita, não.
103. Mas que há limites a serem observados por ele, devido o fato de não pertencer mais a este mundo e sim ao reino de Deus. Ele precisa discernir isto.
104. E quando o apóstolo completa sua exortação dizendo que eles deviam se separar daquela “geração perversa”,
105. Esta geração perversa é a mesma que Jesus chamou de “má e adultera”.
106. Foi esta geração que disse: “caia sobre nós o seu sangue [o sangue de Cristo], e sobre os nossos filhos”.
107. Esta geração perversa é a figura do mundo em todos os seus aspectos.
108. E esta é a razão deles se separarem daquela geração pervertida; e quem controla aquele sistema pervertido é “o príncipe deste mundo” - o diabo.
109. Ele é a mente que controla o mundo mal. Ele é o responsável. “O mundo jaz no maligno”. Ele é o deus deste século.
· Quando o diabo foi tentar a Cristo lá no deserto, lhe fez uma proposta que talvez poucos de nós recusariam, mostrando e oferecendo-lhe todo o seu domínio caso ele fizesse apenas uma coisa.
Lc. 4.5-7
110. Sem nos dá conta temos adorado o deus desta era, basta apenas que consideremos legitimas suas propostas de moralidade sem Deus, de governo sem Deus, de vida sem Deus, de religião sem Cristo, de cristianismo sem cruz, de teologia da prosperidade e etc.
111. Este não é o estilo de vida que o evangelho propõe a homens e mulheres, não; o evangelho nos propõe um estilo de vida de renuncia, de cruz, de santidade, do céu e não da terra.
112. E o interessante, é ver que esse texto revela como o homem não mudou, ainda é o mesmo no seu pecado e mundanismo. É a “solidariedade da raça”.
113. Que as atitudes de rejeição a Cristo e sua mensagem por aquela geração perversa, se pode constatar a mesma coisa em nossos dias.
114. Nós não somos diferentes, o que a geração antiga fez com Cristo, nós o fazemos semelhante ou pior. Somos tão mundanos e pervertidos quanto eles eram.
Somos a geração do relativismo moral
Somos a geração que apóia o aborto
Somos a geração que luta por leis a favor do homossexualismo
Somos a geração que não se casa, se ajunta, se “amanceba”.
Somos a geração do divórcio como a melhor saída
Somos a geração em que ser pastor é ser SHOW
Somos a geração do trafico de drogas as barbas do presidente da republica
Somos a geração que não confia em ninguém por puro medo
Somos a geração perversa nos mesmos moldes da geração do primeiro século.
115. Quando Pedro usa este termo “perversa”, ele está dizendo que aquela é uma geração “intratável, indócil, pervertida até as veras de suas almas”.
116. João Batista afirmou o mesmo dizendo em Lc.3: “o tortuoso se endireitará”.
117. E o melhor exemplo do que é uma geração pervertida, é o que Paulo diz em sua carta aos romanos.
Rm. 1.21-27 – E um sumário disso está nos versículos subseqüentes – 29-32
D. M. Lloyd-jones – “Essa é uma descrição de qualquer grande cidade sem Deus. Essa é a vida de ricos e pobres. Aí está a humanidade, escravos do pecado e do mal, torpes, corruptos, repugnantes, vis. ‘Geração perversa’! Torta! Pervertida!”
118. Portanto, é do meio deste povo que Pedro intima aos homens se separarem desse estilo de vida no pecado e no mal.
119. Uma geração perversa, o mundo, é uma geração destinada a experimentar o juízo de Deus em seu mais alto grau de ira e furor.
120. Então, se faço parte de uma geração perversa e comungo com ela, sou um perverso no sentido bíblico, estou afastado de Deus e de seus valores, estou debaixo do juízo de Deus. A minha está em condenação eterna.
121. E a Bíblia deixa isso bem claro em Pv. 3.32: “Porque o Senhor abomina os perversos...”. Isto é juízo. Isto é cólera divina.
122. Portanto, se eu sou um perverso, concomitantemente eu sou abominável aos olhos do Senhor. E se eu sou tudo isso, eu preciso fazer alguma coisa para sair dessa situação terrível.
123. Ninguém é obrigado a permanecer debaixo da ira de Deus depois que conhece a oferta gratuita de salvação do evangelho, ninguém, absolutamente ninguém.
124. E aqueles ouvintes de Pedro entenderam essa verdade, estavam sob a convicção que o espírito Santo operara em seus corações, começaram a ver estas coisas e a discerni-las nitidamente.
125. Passaram a perceber que era a alma deles que estava em jogo; que o mundo brincava com as suas almas. Eles entenderam o valor de suas almas.
Mc 8.36 – “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”.
126. Era esta a grande verdade daquele momento. Que adianta? Preciso fazer algo.
127. Isto, portanto, vai significar separação. Desentendimento familiar, com os amigos, com os ambientes freqüentados, com a religião falsa.
128. Mas que importa? È a minha alma que está em jogo. Eles vão morrer, e eu também, e, que será da minha alma?
Alguém disse: “Que importância tem a boa opinião da sua família, ou que valor tem um funeral estatal e um magnífico cortejo, ou os atributos do universo, se a sua alma se perder e você for um estranho para Deus?”.
129. Em Atos, capítulo 2, é notório que as pessoas deram ouvidos a exortação de Pedro.
130. Eles romperam com o mundo e foram unidas ao corpo do povo de Deus. Romperam com Adão e foram unidos a Cristo, o último Adão, para iniciar uma nova humanidade, uma nova raça. Ele é “o primogênito entre muitos irmãos”.
131. Entretanto, a diferença entre nós e eles, eu jugo, é que eles se apartaram do mundanismo, daquela geração perversa; e nós? Abandonaremos o mundo?
132. Oh, queira Deus, por seu Espírito revelar e aplicar esta verdade a todos aqueles que ignoram estas coisas! “Salvai-vos desta geração perversa”.
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