Há um texto na Bíblia que sempre me cala, sempre que quero abrir minha cartilha de reclamações do porquê o mundo se encontra na condição de caos generalizado. Ele me deixa mudo. Quando Deus proibiu o homem que não comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e este o desobedeceu, o Criador, em uma de suas sentenças, disse: "Maldita é a terra por tua causa" (Gn.3:17). Tudo passou a funcionar fora do compasso. Isso veio como chuva alagadiça aos quatro cantos da Terra. Os homens passaram a nascer com a semente da corrupção entranhada em sua natureza. Cresciam praticando males dos mais sórdidos. A primeira cena depois da expulsão de nossos pais do jardim do Édem, foi o homicídio lamentável na historia de Caim e Abel. Dois irmãos e a morte. A raça humana passou a prática de coisas tenebrosas através de atos cruéis. Esse mal evoluiu. No séc. XVIII, o filosofo iluminista Jean-Jacques Rousseau captou o espírito dessa maldição terrena e sintetizou nas seguintes palavras:
"O primeiro homem que inventou de cercar uma parcela de terra e dizer "isto é meu", [...] , foi o autêntico fundador da sociedade civil. De quantos crimes, guerras, assassínios, desgraças e horrores teria livrado a humanidade se aquele, arrancando as cercas, tivesse gritado: "Não, impostor."O fato é que na mesma proporção de corrupção alguém cercou outro pedaço de terra, subsequentemente outros homens e, assim, a fome pelo TER se tornou mais insaciável a cada instante. Essa fome pelo ter nasce na verdade da semente do SER. Ser mais poderoso, rico, inteligente, esperto, famoso etc, levou o homem a sacrificar a própria carne se necessário fosse. Adão tinha fome de ser igual a Deus. Caim tinha sede de ser mais aceitável aos olhos de Deus do que seu irmão Abel. Tudo isso é tão real no séc. XXI quanto o fora no passado mais remoto. Quando assistimos homens peitando as leis de um país por aderir um projeto de corrupção politica, por exemplo, ali está alguém se sacrificando em nome do TER e do SER. Temos acompanhado, na presente condição de nossa nação, quantos homens em busca desse empoderamento, tem enveredado no rastro do primeiro impostor de Rousseau. Eles tornam a terra ainda mais maldita. O Brasil é um país deveras abençoado por Deus. Os filósofos de mesa de bar sempre comentam que "há 500 anos que se rouba nesse país, e ele não quebra". Somos um povo que, apesar de sofrido, se mantém envergável. Há quinhentos anos que lutamos contra uma máquina bem aparelhada por equipamentos e ideais dos mais perversos. Muitos dos puros que pisaram lá se corromperam. Portanto, o Brasil deve o que é, em termos de caos, ao próprio brasileiro. Há um desafio e não podemos fugir dele. A Terra não se tornou maldita por causa de Deus, nem por causa unicamente da mulher, nem por causa unicamente da serpente. A terra se tornou maldita por causa do homem. Numa razão direta, o homem foi o responsável. O homem tem o dever de tornar toda essa dor humana mais amena. O homem tem o árduo trabalho de transformar essa maldição em benção. A obediência salvará o mundo. Os homens de todas as raças, tribos, povos, línguas e nações precisam se voltar para o Deus da Bíblia Sagrada. Obedecer seus valores eternos e fundamentar seus passos políticos, econômicos, sociais e culturais na vontade soberana do Senhor do Gênesis. O Brasil precisa dar um passo como fez a cidade de Nínive ao ouvir o profeta:
"E os homens de Nínive creram em Deus; e proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior até ao menor. Esta palavra chegou também ao rei de Nínive; e ele levantou-se do seu trono, e tirou de si as suas vestes, e cobriu-se de saco, e sentou-se sobre a cinza. E fez uma proclamação que se divulgou em Nínive, pelo decreto do rei e dos seus grandes, dizendo: Nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas provem coisa alguma, nem se lhes dê alimentos, nem bebam água; Mas os homens e os animais sejam cobertos de sacos, e clamem fortemente a Deus, e convertam-se, cada um do seu mau caminho, e da violência que há nas suas mãos. Quem sabe se se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos?Jonas 3:5-9" Esperar meramente que a política de nossa nação venha costurar um tecido sócio-politico-econômico sadio onde todos vivam bem, é preciso ter muita fé. "E os brasileiros creram em Deus", aqui está a chave para que todo e qualquer chão maldito se torne um torrão de bençãos. "Quem sabe se se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos?". "Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor..." Sl.33.12 David Abreu
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